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NOTÍCIAS

05/06/19

A sustentabilidade e a economia na obra

Na Semana do Meio Ambiente, que tal falar de sustentabilidade  - do projeto à obra?

O bom caminho começa pelo projeto – a tal arquitetura sustentável, que preferimos chamar de arquitetura inteligente, que pode garantir que a obra seja, inclusive, econômica. A tal ventilação cruzada, que aproveita os ventos para refrescar a casa e fazer o ar circular, mantendo a temperatura ideal sem tanto uso de refrigeração forçada e, com isso, menos gasto de energia. Outro ponto crucial é a iluminação. Quanto mais natural,  menos iluminação artificial, menos necessidade de “luzes acessas” pela casa. A própria adequação do projeto ao terreno reduz gastos com maneja de terra – e suas consequências. Por vezes, um muro de arrimo não pensado custa mais que a obra como um todo, proporcionalmente. Isso sem falarmos da especificação dos materiais, onde cada uma delas já pode ser um case de sucesso de sustentabilidade – ou bem ao contrário. E para não cair no “faz – refaz” da obra, quanto mais detalhado o projeto, melhor, quanto menos modificações de última hora – seja do profissional ou do cliente -  melhor.

Prever sistemas redução ou  produção – e por vezes, fornecimento -  de energia é crucial, seja através de aquecimento solar ou de placas fotovoltaicas.  Isso sem falar dos tetos verdes, verdadeiros isolantes de calor – e já obrigatórios em vários países e em algumas cidades brasileiras. Como também de coleta das águas de chuva, por exemplo, que pode ser através de sistemas simples ( das calhas para canos de escoamento, e destes para depósitos de reuso) ou até sistemas bem mais tecnológicos, com filtros e tudo o mais e até reuso das águas da própria casa.  Isso sem falar

Já na obra,  a simples separação de resíduos é uma obrigatoriedade, bem como descarte em caçambas autorizadas ( cada uma serve a um tipo de descarte, com conteúdo sendo levado para os devidos aterros e afins).  A organização do pátio de obras é essencial para a produtividade, como as barras de ferro separadas por calibre, tipos de areia / brita separadas e  acondicionadas de forma correta para não haver desperdício – nem de material, nem de tempo  e muito menos de dinheiro. Soma-se a isso o bom gerenciamento de equipe, os quantitativos e os orçamentos bem feitos, seguindo o cronograma estabelecido. Quanto mais planejada, melhor a obra anda, dentro do orçamento e do prazo. A  fim de diminuir os impactos produzidos durante a realização de uma obra – e depois dela pronta -  qualquer gestor preocupado com a sustentabilidade na construção civil deve garantir um gerenciamento eficiente  - de equipe, de compras, de descarte.

Falando em planejamento, a escolha de materiais é indispensável para uma obra sustentável. E nesse caso, cada escolha e compra de material é importante – do concreto testado antes de cada uso até os materiais das instalações ( água, energia, tecnologias), passando pela escolha correta de telhas, esquadrias, revestimentos, louças, tintas e muito mais. Seguir apenas a estética, sem pensar na técnica, na durabilidade - ou pensar só no custo - , pode trazer dores de cabeça já na obra e até na manutenção dela pronta. 

E, por último, e talvez mais importante, por ser para a vida toda, a sustentabilidade no uso.  Locais adequados para a separação do lixo, o uso racional da energia e até irrigação programada dos jardins pode trazer bem mais que sustentabilidade: pode trazer paz de espírito.

 

Joyce Diehl, arquiteta,  para a Construtora Embraconi